Confronto entre policiais e sem-teto marca desocupação de prédio

Prédio pertence ao Clube de Regatas Flamengo e está arrendado para a EBX, do empresário Eike Batista, que tem projeto de construir um hotel no local

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 12h15 - Publicado em 14 abr 2015, 14h09
Edifício Hilton Santos
Edifício Hilton Santos (Tânia Rêgo/Agência Brasil/)
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Um incêndio atingiu por volta das 10h de hoje (14) o Edifício Hilton Santos, na zona sul do Rio de Janeiro, ocupado por famílias sem teto há uma semana. O fogo começou logo depois que as primeiras pessoas saíram do prédio, após um acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social.

Bombeiros e policiais entraram no prédio para combater as chamas, cujo foco está nos andares inferiores. No meio da confusão, houve confronto entre os ocupantes do edifício, que jogaram copos e pedras nos policiais. A Polícia Militar (PM) respondeu aos ataques com spray de pimenta. Algumas pessoas foram detidas.

A PM cercou o prédio no início da manhã para retirar as famílias sem teto. De acordo com a Defensoria Pública do Estado do Rio, há cerca de 200 pessoas na ocupação, e, entre elas, dezenas de crianças.

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Desde o início da manhã, houve forte presença policial na Avenida Rui Barbosa, fechada para a operação. Pouco depois das 9h, soldados do Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos se posicionaram em torno do prédio e o perímetro de isolamento foi ampliado. A desocupação estava marcada para as 8h, mas defensores públicos e advogados da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) intermediavam as negociações enquanto aguardavam a apreciação de um pedido de agravo.

Para o presidente da comissão, Marcelo Chalreo, é preciso maior sensibilização do Judiciário em relação à situação dessas famílias: “são pessoas que estão peregrinando pela cidade em busca de moradia. Tirá-las daqui vai prolongar esse sofrimento”.

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O defensor público João Helvécio de Carvalho, coordenador do Núcleo de Terra e Habitação da Defensoria, criticou a ação que, na visão dele, não precisava ser feita tão rapidamente: “Não faz sentido. É um prédio abandonado”.

Ambulâncias e carros dos bombeiros estão no local, assim como vans da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

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