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Prefeitura do Rio derruba prédio na Vila Autódromo

Com cerca de 200 agentes da Guarda Municipal, a prefeitura do Rio de Janeiro derrubou nesta quarta (24) o prédio da associação de Moradores da Vila Autódromo, na Baixada de Jacarepaguá

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 11h28 - Publicado em 24 fev 2016, 16h06
Favela Vila Autódromo
Favela Vila Autódromo (Fernando Frazão/Agencia Brasil/)
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Com cerca de 200 agentes da Guarda Municipal, a prefeitura do Rio de Janeiro derrubou nesta quarta (24) o prédio da associação de Moradores da Vila Autódromo, na Baixada de Jacarepaguá, em uma área situada entre o Parque Olímpico e a Vila dos Atletas, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade.

Os agentes chegaram por volta das 6h e cercaram o local. Eles isolaram os moradores e a derrubada ocorreu em menos de uma hora sem que houvesse qualquer resistência. Além do prédio, também foi ao chão um bar.

A ação atendeu a decreto de desocupação assinado em março pelo prefeito Eduardo Paes. A área vinha sendo alvo de disputa judicial envolvendo a Defensoria Publica do estado, contrária à demolição. Moradores da Vila Autódromo realizaram ato de protesto denunciando “as seguidas violações de direitos” cometidas, segundo eles, pela prefeitura.

Para Altair Antunes Guimarães, presidente da associação, “a prefeitura tem usado uma série de estratégias para tentar nos expulsar da área, do corte de serviços básicos como água e luz ao uso da força por meio da Guarda Municipal, que ocupa permanentemente a entrada da Vila. Nós consideramos estranha essa decisão da Justiça e a impotência da Defensoria Publica em reverter a decisão, uma vez que a Vila é uma legalmente constituída”.

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Revolta

Para o presidente da associação, a luta vai continuar, pois a associação, apesar da derrubada de sua sede, ainda continua de pé. “Essa é uma comunidade legal, documentada, mas os governantes estão aí atendendo aos interesses do poder econômico e do capitalismo. Mas eles derrubaram somente um prédio, que nós já havíamos esvaziado e a associação continuará de pé e vai funcionar na Igreja Católica da comunidade”.

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“A defensoria tentou de todas as formas derrubar essa liminar sem conseguir. Alguma coisa de muito estranha está acontecendo. A comunidade não é ilegal, ela é considerada área especial de interesse social e tem documento concedido pelo governo do estado. São famílias que possuem títulos concedidos pelo governo e que são colocadas na rua com seus filhos em nome de ‘jogos’ que vão durar apenas 17 dias”, protestou.

Em nota, a Defensoria Publica informou que defensores estão na Vila Autódromo tentando impedir novas demolições. “A Defensoria Pública do Rio de Janeiro tenta derrubar a liminar [que permitiu a derrubada] e que concede imissão de posse de duas casas da Vila Autódromo. Desde o início da manhã, o coordenador do Núcleo de Terras e Habitação (Nuth), João Helvécio de Carvalho, está na comunidade, onde acompanhou a demolição da Associação de Moradores e Pescadores local, conforme determinou a Justiça”, diz o documento.

Acrescenta que a Defensoria usou de todos os recursos possíveis para impedir a demolição do prédio da associação, “uma das últimas trincheiras de resistência da Vila Autódromo contra as desapropriações para a construção do Parque Olímpico”. Já sobre as liminares determinando a imissão de posse e demolição das duas casas que saíram no fim da noite de ontem, a expectativa é de reverter a decisão”, conclui a nota.

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A comunidade da Vila Autódromo está consolidada na Baixada de Jacarepaguá há mais de 40 anos. A área, em sua maioria, é considerada de interesse social e a maior parte dos moradores tem o título de concessão do direito real de uso. “É uma terra regularizada e há muitos anos vem sendo alvo de tentativas de remoção por interesses imobiliários. Agora, usam a questão das olimpíadas para atingir seus objetivos, uma vez que ela fica entre o Parque Olímpico e a Vila dos Atletas e a prefeitura utiliza o fato de que ela estaria na passagem de ligação entre as duas instalações para atingir seus objetivos”, disse Guimarães.

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