Rio tem 400 km de ciclovias, mas pistas apresentam problemas

Ciclistas reclamam de buracos, postes que atrapalham o bom fluxo de bicicletas e, até mesmo, lixeiras bloqueando a via

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 12h00 - Publicado em 5 ago 2015, 13h41
ciclovia da Estrada dos Bandeirantes
ciclovia da Estrada dos Bandeirantes (Tânia Rêgo/Agência Brasil/)
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A cidade do Rio de Janeiro tem uma malha cicloviária de quase 400 quilômetros (km). Para atingir a meta proposta pela prefeitura para 2016, é necessário criar mais 50 quilômetros de pistas. Apesar disso, vários problemas são encontrados nas vias já existentes. Em uma ciclovia de 16 quilômetros na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, ao lado do coração dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, ciclistas reclamam de buracos, postes que atrapalham o bom fluxo de bicicletas e, até mesmo, lixeiras bloqueando a via.

“A ciclovia está quebrando o galho. É melhor do que quando não tinha, mas a ciclovia tem muito defeito. É muito malfeita. Poste no meio, vergalhão aparecendo em buracos”, conta o artesão Ari Paulo, 50 anos, que usa a ciclovia diariamente para fazer trajetos dentro do bairro.

O técnico de segurança do trabalho David Marques, 29 anos, diz que passou a usar a bicicleta por questão de saúde, já que precisava fazer uma atividade física regular. No entanto, o que era para ser um exercício agradável acaba sendo um desafio.

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“Tem postes e árvores no meio da ciclovia. Tem também muita ondulação e buraco. Então, acaba sendo uma situação de desconforto. Tinha que ser melhor cuidada. O governo faz uma campanha contra o excesso de carros na rua, mas não melhora as ciclovias e não dá apoio para a população que quer usar bicicletas”, disse.

A aposentada Ilza Gomes, 55 anos, reclama de dores depois de usar a ciclovia. “Eu fiz uma cirurgia de coluna, e essas lombadas na ciclovia acabam comigo. Ali na frente, tem um monte de lixo no meio da ciclovia. Então, você tem que ir para a rua, correndo o risco de um ônibus te acertar. Outro dia, estava atravessando minha rua e um caminhão quase me pegou.”

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Para o presidente da organização não governamental Trasporte Ativo, José Lobo, o crescimento da malha cicloviária – que em 2008 tinha apenas 150 km – é positivo. O desafio agora é melhorar as ciclovias e torná-las adequadas ao uso.

“Uma ciclovia totalmente em cima da calçada, cheia de intervenção e obstáculo, onde o ciclista tem que descer e subir, acaba não servindo para nada, porque ele vai preferir andar pela rua. Muitas ciclovias antigas e algumas até recentes precisariam praticamente ser refeitas. A gente tem essa malha de quase 400 quilômetros, mas muita coisa precisa ser revista”, afirma.

Segundo ele, não é possível dizer que o Rio tem uma “malha” cicloviária, porque não há interligação entre as pistas.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi procurada, mas não respondeu sobre os problemas nas ciclovias da cidade. Sobre a inexistência de uma malha cicloviária totalmente integrada, a secretaria informou que não pretende, neste momento, interligar toda a rede. O órgão entende que a bicicleta faz as pequenas distâncias e que o veículo pode ser um “alimentador” dos transportes de massa.

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