Dez perguntas para o DJ João Brasil
Conhecido internacionalmente por seus mashups, o DJ e produtor musical é convidado de um dos estandes do festival
Você pode ainda não conhecer este nome, mas há grandes chances de já ter ouvido o seu som. O músico, produtor musical e DJ, João Brasil, está por trás da importante missão de emocionar e animar cerca de dois milhões de pessoas durante no réveillon da Praia de Copacabana. Responsável há três anos consecutivos pela trilha sonora da queima de fogos mais famosa do mundo, o carioca é um dos profissionais mais respeitados na cena eletrônica atual. Sua música é uma mistura de diferentes estilos, passando por pop, bossa nova, tecnobrega, rock e funk, que ganham novas leituras em seus sets. Convidado pela Rider, ele mostra um pouco do seu trabalho no estande da marca no Rock in Rio.
Como surgiu o convite para trabalhar aqui no Rock in Rio?
A Rider me convidou para ajudar a desenvolver o aplicativo que eles estão oferecendo como atração aqui no estande. Eu fiz toda a pesquisa dos sons que entraram no programa e também tive a chance de me apresentar três dias aqui e sentir o clima da galera que vem curtir o evento.
Para tocar aqui, você teve que adaptar os seus sets à programação do Placo Mundo?
Como o público de cada dia é bem diferente, eu tive essa preocupação. No primeiro dia, as músicas foram bem pop, já no dia do Metallica toquei todos os meus mashups de metal.
E a resposta do público aqui do festival te surpreendeu?
Eu já estava esperando ser surpreendido, porque não dá para saber muito como será o clima do público. Mas acho que o Rock in Rio já cresceu tanto que as pessoas não vêm só para os shows, vêm para aproveitar o evento de uma forma geral. Foi legal ver os fãs do Metallica, por exemplo, passando aqui na frente e parando para ouvir os mashups loucos que eu estava fazendo.
Qual o show que mais gostou desta edição?
O Metallica, com certeza. Eu sou muito fã da banda e fiquei feliz de tocar aqui no dia do show deles.
Já tinha ido a alguma outra edição do Rock in Rio?
Fui em 1991, no Maracanã, na noite do metal, que teve show do Guns N?Roses, Sepultura, Lobão…
Se pudesse trazer algum artista para o Rock in Rio, qual seria?
Achei a programação um pouco injusta com os artistas brasileiros no Palco Mundo, porque eles são sempre a primeira atração e abrem a noite para os artistas internacionais. Seria demais ter um show dos Mutantes com a Rita Lee ou uma reedição dos Doces Bárbaros, com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethania.
Qual a música que você não para de ouvir atualmente?
O funk Bigode Grosso, da MC Marcelly.
E o que você não aguenta mais ouvir?
Todos os hits da última década, entre os anos 2000 e 2010. Como eu trabalho muito com pesquisa musical, estou sempre ouvindo os sons de uma década antes disso, ou então o que está surgindo agora.
Tem alguma música que marcou a sua vida?
Tem uma que marca até hoje, que é o funk Blackout, no Bonde do Tigrão, que diz “apaguem a luz, que nós vamos zoar…”. Toda vez que eu toco, as pessoas realmente apagam a luz e acendem o celular!
Qual a principal diferença entre tocar em uma boate ou no Réveillon de Copacabana?
É muito diferente! Nas festas você pode sentir o clima das pessoas e ir definindo o que vai tocar de acordo com a resposta que elas dão na pista. No réveillon, é preciso agradar um público de dois milhões de pessoas durante os dezessete minutos de queima de fogos e é feito um planejamento enorme. Eu defino a trilha seis meses antes do Ano Novo, então tem que estar tudo impecável e torcer para que as pessoas gostem.