Pode parecer fácil, mas a vida de um atleta de elite é dureza. Treinos diários em dois períodos, alimentação regrada e, muitas vezes, uma rotina que inclui ficar tempos longe da família. Tudo isso para dar alegria ao povo com as conquistas nas mais variadas modalidades. Em homenagem ao Dia do Atleta Profissional, comemorado nesta quarta (10), e no clima da Olimpíada, preparamos uma seleção com todos os atletas do Rio que já subiram ao pódio em Jogos passados. Conheça nossos vencedores:
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ATLETISMO
José Telles da Conceição
- Bronze no salto em altura em Helsinque-1952
O dia 20 de julho de 1952 foi marcante para o atletismo brasileiro. Naquela data, o carioca José Telles da Conceição, após voar por 1,98m na primeira tentativa da final da prova do salto em altura nos Jogos Olímpicos de Hensinque, assegurou a medalha de bronze na competição e se tornou o primeiro medalhista olímpico da história do atletismo brasileiro. Com enorme facilidade para competir em várias provas, José Telles se transformou no maior recordista da modalidade no país, com 21 recordes em cinco provas. Depois que encerrou a carreira como atleta, tornou-se consultor da antiga Confederação Brasileira de Desportos, da CBF e de outras confederações. O destino, entretanto, lhe reservou um fim trágico: em 18 de outubro de 1974, o ex-atleta foi assassinado a tiros dentro de seu carro no Rio.
Arnaldo Oliveira
- Bronze no revezamento 4 x 100m em Atlanta-1996
O corredor carioca já havia perseguido a medalha olímpica sem sucesso em três edições dos Jogos (Los Angeles-1984, Seul-1988 e Barcelona-1992) até que, finalmente, viu o sonho de subir ao pódio se tornar realidade em Atlanta, em 1996, quando, apoiado pelos companheiros Robson Caetano, Édson Luciano Ribeiro e André Domingos, ajudou o Brasil a conquistar o bronze no revezamento 4 x 100m. Hoje trabalha como fisioterapeuta e integra o programa Heróis do Atletismo da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Robson Caetano
- Bronze nos 200m em Seul-1988
- Bronze no revezamento 4 x 100m em Atlanta-1996
Em 31 de maio de 1988, no México, o carioca Robson Caetano terminou a prova dos 100m com o tempo de 10 segundos cravados. A marca segue como recorde brasileiro e sul-americano e que faz dele, até hoje, o brasileiro mais rápido da história. Especialista em provas de curta distância, Robson Caetano construiu uma carreira vitoriosa nas pistas, tendo disputado quatro edições dos Jogos Olímpicos e conquistado medalhas de bronze em duas delas. Aposentado do esporte, trilhou carreira no jornalismo esportivo.
BASQUETE MASCULINO
Bronze em Londres – 1948
Nos Jogos de Londres, em 1948, o Brasil conquistou sua primeira medalha olímpica em esportes coletivos, com um bronze no basquete masculino. Entre as principais estrelas da equipe, estava o ala carioca Zenny de Azevedo, mais conhecido como Algodão. Ele foi o primeiro grande nome do basquete brasileiro. Entre os atletas cariocas que integravam a equipe, estavam ainda Évora, Alfredo e Marcus Vinícius, além de Ruy de Freitas, que era natural da cidade de Macaé.
Bronze em Roma – 1960
Medalhista em 1948, o ala Algodão também esteve presente quando o basquete brasileiro subiu ao pódio pela segunda vez, em 1960. O carioca Édson Bispo e o niteroiense Fernando Brobró também compunham a equipe medalhista de bronze.
Bronze em Tóquio – 1964
O terceiro bronze do basquete brasileiro foi conquistado nos Jogos de Tóquio, em 1964. Além de Édson Bispo, presente na conquista da Olimpíada anterior, Fritz e Sérgio Macarrão completavam os nomes do Rio na equipe.
FUTEBOL MASCULINO
Prata em Los Angeles – 1984
A primeira medalha do futebol brasileiro em Jogos Olímpicos veio em 1984, quando o time conquistou o segundo lugar. Na ocasião, o único nome carioca na equipe era o zagueiro Davi.
Prata em Seul – 1988
Nos Jogos seguintes, em Seul, o Brasil subia mais uma vez ao pódio, com uma nova medalha de prata. Romário faz sua estreia em Olimpíadas e é o grande nome da seleção, terminando como artilheiro da competição, com seis gols. Além do baixinho, os cariocas Jorginho, Milton, Ricardo Gomes e o goleiro Zé Carlos integram o grupo dos cariocas na competição.
Bronze em Atlanta – 1996
Único carioca na equipe que conquistou o bronze em Atlanta, Ronaldo fez sua estreia em Olimpíadas aos 19 anos, formando o ataque ao lado de Bebeto. Apesar da derrota para a Nigéria na semifinal, o jovem promissor se destacou ao marcar cinco gols, um a menos que o companheiro.
Bronze em Pequim – 2008
Em Pequim, a equipe brasileira conquistou mais uma medalha de bronze e alguns dos jogadores que participaram da competição ainda figuram na seleção principal. Entre os cariocas, estavam Diego Alves, Marcelo, Ramires e Thiago Silva.
Prata em Londres – 2012
Não foi em Londres que a seleção conseguiu o inédito ouro em Olimpíadas, amargando mais uma vez a medalha de prata, após uma derrota por 2 a 1 para o México na final. Do Rio, Thiago Silva e Marcelo, que integraram a equipe de 2008, estavam presentes, além do lateral Rafael.
FUTEBOL FEMININO
Prata em Atenas – 2004
A seleção feminina conquistou a prata em Atenas, em 2004, e a única integrante carioca da equipe era a atacante Delma Gonçalves, mais conhecida pelo apelido Pretinha. Ela estreou na seleção em 1991, aos 16 anos, e esteve presenta na primeira conquista olímpica do grupo.
Prata em Jogos de Pequim-2008
Pretinha seguiu sendo o único nome do Rio na seleção que conquistou a prata pela segunda vez em 2008.
HIPISMO
Luiz Felipe de Azevedo
- Bronze nos saltos por equipe em Atlanta-1996
- Bronze nos saltos por equipe em Sydney-2000
O cavaleiro carioca participou dos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996 e Sydney-2000 e ajudou o Brasil a conquistar as medalhas de bronze por equipe nos saltos nas duas edições.
JUDÔ
Flavio Canto
- Bronze na categoria -81kg em Atenas-2004
Apesar de ter nascido em Oxford, na Inglaterra, onde o pai fazia doutorado, foi no Rio que se instalou quando voltou ao país, e onde fundou, em 2003, o Instituto Reação, projeto social que leva o esporte a comunidades cariocas. Mesmo iniciando tarde na modalidade, aos 14 anos, Flávio rapidamente se destacou e chegou à seleção principal e, em 2004, conquistou o bronze na categoria meio-médio. O especialista na luta de chão deu adeus aos tatames no início de 2012 e tornou-se comentarista e apresentador de programas esportivos.
NATAÇÃO
Djan Madruga
- Bronze no revezamento 4x200m livre em Moscou-1980
Companheiro de Cyro Delgado, Jorge Luiz Leite Fernandes e Marcus Laboern Mattioli na conquista do bronze olímpico em 1980, Djan Madruga estabeleceu um recorde naquele mesmo ano que só seria quebrado quase três décadas depois. O atleta carioca nadou, em Austin (EUA), a prova dos 800m livre em 7m59s8, tempo que só seria superado em maio de 2009 por Luiz Rogério Arapiraca (7m58s20), durante disputa do Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro.
Jorge Fernandes
- Bronze no revezamento 4x200m livre em Moscou-1980
O nadador integrou equipes de revezamento que conquistaram, além do bronze em Moscou, medalhas pan-americanas nas edições de San Juan-1979, Caracas-1983 e Indianápolis-1987.
Thiago Pereira
- Prata nos 400m medley em Londres-2012
O atleta de Volta Redonda é um dos maiores nomes da natação brasileira da atualidade e superou o gigante Michael Phelps para faturar a prata nos 400m medley dos Jogos de Londres. Antes da medalha olímpica, o nadador havia conquistado nada menos do que 12 medalhas de ouro pan-americanas em apenas duas edições (Rio de Janeiro-2007 e Guadalajara-2011), tornando-se o recordista brasileiro da competição. Thiago participou também dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 e de Atenas-2004.
TIRO ESPORTIVO
Fernando Soledade
- Bronze por equipe na Antuérpia-1920
Encontrar informações sobre o atirador Fernando Soledade tem sido um desafio tanto para os profissionais da Confederação Brasileira de Tiro Esportivo quanto para historiadores que se dedicam a estudar o desempenho dos brasileiros nos Jogos Olímpicos da Antuérpia-1920. Sabe-se que ele era do Rio, onde atuou como médico. Sua atuação nos Jogos de 1920 ajudou o Brasil a conquistar a medalha de bronze por equipe.
Afrânio da Costa
- Prata na pistola livre na Antuérpia-1920
- Bronze na pistola livre por equipe na Antuérpia-1920
Natural de Macaé, o atleta foi o primeiro brasileiro a ter conquistado uma medalha nos Jogos, quando faturou a prata na pistola livre, em 1º de agosto de 1920, na Antuérpia. Tendo sido o último atleta a atirar na prova por equipes, seu desempenho também foi fundamental para o que o time brasileiro conquistasse a medalha de bronze. Além do sucesso como atleta, Afrânio da Costa se destacou como jurista, tendo ocupado os cargos de ministro do Tribunal Federal de Recursos e ministro do Supremo Tribunal Federal. Afrânio foi um dos que ajudou a fundar a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, tendo sido um de seus presidentes, e foi o principal nome da implantação do tiro esportivo no Brasil.
VELA
Clinio de Freitas
- Bronze na classe tornado em Seul-1988
O velejador niteroiense conquistou, como proeiro de Lars Grael, a medalha de bronze na classe tornado nos Jogos Olímpicos de Seul-1988. A dupla voltou a competir quatro anos depois, nas Olimpíadas de Barcelona-1992, mas não conseguiu repetir o pódio e terminou em oitavo lugar.
Daniel Adler
- Prata na classe soling em Los Angeles-1984
Ao lado de Torben Grael e de Ronaldo Senfft, o velejador carioca conquistou a medalha de prata na classe soling nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Na mesma categoria, faturou ainda o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Caracas-1983 e o bronze nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis-1987.
Eduardo Penido
- Ouro na classe 470 nas Olimpíadas de Moscou-1980
O carioca Eduardo Penido e seu companheiro, Marcos Soares, eram muito novos (tinham, respectivamente, 20 e 19 anos) quando disputaram os Jogos de Moscou, na classe 470. Os dois não figuravam entre os favoritos, mas, ao fim, conquistaram a medalha de ouro que deu ao Brasil a segunda medalha dourada da história da vela nos Jogos.
Kiko Pellicano
- Bronze na classe tornado em Atlanta-1996
O carioca Henrique Pellicano, conhecido como Kiko, esteve ao lado de Lars Grael na conquista da medalha de bronze da classe tornado nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996.
Marcelo Ferreira
- Ouro na classe star em Atlanta-1996
- Ouro na classe star em Atenas-2004
- Bronze na classe star em Sydney-2000
O velejador carioca integra o seleto grupo dos 12 brasileiros que pode se orgulhar de ter duas medalhas de ouro olímpicas. As conquistas vieram na classe star nos Jogos de Atlanta e de Atenas, como proeiro de Torben Grael. A elas, somam-se ainda o bronze na classe star nos Jogos de Sydney.
Marcos Soares
- Ouro na classe 470 em Moscou-1980
O velejador carioca fez parte de um momento histórico do Brasil em Jogos Olímpicos quando conquistou, ao lado do parceiro Eduardo Penido, a medalha de ouro na classe 470 em Moscou-1980. Foi a primeira vez que o Brasil conseguiu, em uma mesma edição, ganhar duas medalhas douradas (antes deles, Alex Welter e Lars Björkström já haviam brilhado na classe tornado). Foi a primeira vez que atletas brasileiros de uma mesma modalidade conseguiram subir ao lugar mais alto do pódio duas vezes em uma mesma edição dos Jogos, feito que, até hoje, apenas a vela protagonizou, tendo repetido a façanha mais duas vezes, com Robert Scheidt, na classe laser; e a dupla Torben Grael e Marcelo Ferreira, na classe star; nas Olimpíadas de Atlanta-1996 e Atenas-2004.
Nelson Falcão
- Bronze na classe star em Seul-1988
Proeiro de Torben Grael na conquista da medalha de bronze nos Jogos de Seul, Nelson Falcão foi, ainda, campeão mundial da classe star ao lado do proeiro e também medalhista olímpico Alan Adler em Porto Cervo (Itália), em 1989.
VÔLEI DE PRAIA
Adriana Behar
- Prata em Sydney-2000
- Prata em Atenas-2004
Ao lado de Shelda Bede, a jogadora integrou uma das duplas mais vitoriosas do vôlei de praia. Juntas desde 1995, conquistaram mais de cem títulos, como as pratas em Sydney e Atenas, os ouros nos Mundiais de 1999 e 2001, e seis edições do Circuito Mundial, além do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg-1999. Adriana encerrou a carreira em 2008.
Jacqueline Silva
- Ouro em Atlanta-1996
A carreira de Jacqueline começou longe das areias, no vôlei de quadra, onde se firmou como levantadora da seleção e representou o Brasil nos Jogos de Moscou-1980 e Los Angeles-1984. De mudança para os Estados Unidos, passou a jogar o vôlei de praia e atingiu o topo do ranking mundial na modalidade. O ouro olímpico foi conquistado em 1996 – ano da estreia do esporte nos Jogos – ao lado da parceira Sandra Pires, em Atlanta, após uma final contra outra dupla brasileira: Adriana Samuel e Mônica Rodrigues.
Mônica Rodrigues
- Prata em Atlanta-1996
A jogadora participou da final verde e amarela da primeira participação do vôlei de praia no programa olímpico. Ao lado de Adriana Samuel, faturou a medalha de praia da competição. Após a aposentadoria, passou a treinar beach tennis.
Sandra Pires
- Ouro em Atlanta-1996
- Bronze em Sydney-2000
As jogadoras Jacqueline Silva e Sandra Pires foram as primeiras mulheres a conquistar o ouro olímpico no vôlei de praia. Considerada a melhor do mundo nos anos 90 pela Federação Internacional de Vleibol (FIVB), Sandra foi ainda tricampeã do Circuito Mundial (1995, 1996 e 2003) e subiu novamente ao pódio olímpico em Sydney-2000, dessa vez ao faturar o bronze lado de Adriana Samuel. Na ocasião, ela foi a primeira mulher brasileira a desfilar como porta-bandeira nos Jogos. A jogadora se aposentou em 2009.
VÔLEI MASCULINO
Prata em Los Angeles – 1984
O vôlei masculino conquistou sua primeira medalha olímpica em 1984. Na ocasião, seis atletas do Rio integravam a equipe: Badalhoca, Bernard, Fernandão, Montanaro, Rui Campos e Bernardinho, que depois viria a ser um vencedor técnico da modalidade.
Ouro em Barcelona – 1992
Após estrear com a prata, a seleção conquistou seu primeiro outro em 1992. Um dos símbolos da histórica conquista foi o ponteiro Tande, um dos jogadores mais populares de sua geração. Após deixar as quadras, o carioca deu início à carreira no vôlei de praia, onde foi vice-campeão do Circuito Mundial em 2004.
Ouro em Atenas – 2004
A seleção voltou ao lugar mais alto do pódio em 2004. Na ocasião, o time contava com os cariocas André Nascimento e Nalbert.
Prata em Pequim – 2008
Em Pequim, a vencedora seleção subiu mais uma vez ao pódio, desta vez em segundo lugar. Além de André Nascimento, que havia participado da conquista do ouro em 2004; Bruninho, filho de Bernardinho, e Marcelinho eram outros cariocas da equipe.
Prata em Londres – 2012
Na última Olimpíada a seleção conquistou mais uma medalha de prata. Além de Bruninho, o carioca Leandro Vissotto também participou da campanha.
VÔLEI FEMININO
Bronze em Sydney – 2000
A seleção feminina de vôlei conquistou sua medalha olímpica em 2000, ao subir ao pódio em terceiro lugar em Sydney. Eram dos Rio as jogadoras Janina, Kátia, Raquel e Walewska.
Ouro em Pequim – 2008
O primeiro ouro veio em Pequim, em uma excelente campanha. Além de Walewska, que já integrava o time em 2000, Thaisa, Valeskinha, a líbero Fabi também eram do Rio.
Ouro em Londres – 2012
O bicampeonato olímpico da seleção feminina veio logo quatro anos depois, nos jogos de Londres. Com o título, a líbero Fabi e a meio-de-rede Thaisa entraram para o seleto grupo dos brasileiros com dois ouros olímpicos, composto por apenas doze atletas.