Crítica: Musical homenageia 90 anos de Ariano Suassuna
Dos mesmos criadores do excelente "Auê", peça é bem equilibrada
Suassuna — O Auto do Reino do Sol. Estudioso e entusiasta da cultura popular nordestina, Ariano Suassuna (1927-2014) é celebrado através de delicada abordagem do universo que tanto amava. Conterrâneos do escritor paraibano, Luiz Carlos Vasconcelos (direção), Braulio Tavares (texto) e Chico César (coautor da trilha sonora) unem-se, no espetáculo, à companhia Barca dos Corações Partidos (a mesma do elogiado Auê, de volta ao circuito). Total domínio da cena e talento musical impecável, marcas da trupe, seguem firmes na nova montagem, mas a grande dimensão do Teatro Riachuelo faz sobressair além da conta a simplicidade do cenário de Sérgio Marimba e da luz de Renato Machado. Na trama, um casal apaixonado (Rebeca Jamir e Alfredo Del-Penho, ótimo no papel) decide fugir com um grupo circense que, com seus números, cativa a plateia. Adrén Alves, como a matriarca Eufrásia e Sultana, a dona do circo, exibe belo registro de contratenor e também se destaca no elenco. O João Grilo do Auto da Compadecida e outras criações de Suassuna ainda são lembrados de passagem neste belo tributo em que uma “aparição”, quase no fim da peça, vai fazer muita gente perder o fôlego (120min). 12 anos. Teatro Riachuelo. Rua do Passeio, 38, Centro. Quinta a domingo, 20h30. R$ 40,00 a R$ 150,00. Até 20 de agosto.