O Centro Cultural Banco do Brasil, que retomou as atividades em setembro, inaugura, nesta quarta (18), a primeira exposição em tempos de pandemia.
A mostra Mucha: o legado da Art Nouveau homenageia o ícone máximo do movimento artístico que surgiu na Europa no fim do século XIX, em resposta à arte acadêmica que estava em voga à época, o tcheco Alphonse Mucha.
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A exposição, com curadoria de Tomoko Sato e Ania Rodriguez, reúne cem obras cedidas pela Fundação Mucha, em Praga, e foi dividida em quatro seções, de acordo com temas e momentos da carreira do artista.
O primeiro ambiente, Mulheres: Ícones & Musas, traz o ponto alto da trajetória de Mucha, com cartazes dos inesquecíveis espetáculos da atriz Sarah Bernhardt, anúncios de marcas de cerveja, cigarros, lança-perfumes e artigos como caixas de biscoito e embalagens de perfume fazem parte dessa seção.
“Mucha deixou um legado marcado por seu estilo, que se caracteriza pela imagem de belas mulheres em poses elegantes, dispostas em composições harmoniosas com flores e outros motivos decorativos que remetem à natureza”, explica Tomoko Sato. “Esses recursos se tornaram elementos-chave do estilo Art Nouveau, reaparecendo na década de 1960 e inspirando novas gerações de artistas em todo o mundo, de designers gráficos ‘psicodélicos’ dos anos 60 a artistas japoneses de mangá da década de 1970 em diante”,
completa.
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Nos ambientes O Estilo Mucha – Uma Linguagem Visual e Beleza – O Poder da Inspiração são reveladas facetas até então ocultas sobre o artista, que cultivava o desejo da libertação do povo eslavo. Assim, em diversos desenhos é possível observar elementos dessa cultura. Figurinos e artigos decorativos do folclore eslavo, formas geométricas, curvas, adereços e certa ausência de profundidade que remetem à arte bizantina estão presentes nessas peças.
As gravuras dessa época são também um ensaio daquilo que geraria a obra-prima de Mucha: a Epopeia Eslava. A série de 20 quadros, em grandes dimensões, produzida ao longo de quase duas décadas, representa o desejo de divulgar seu povo e cultura.
A última seção, O Legado do Estilo Mucha, reúne peças de artistas que se inspiraram no trabalho deste ícone da Art Nouveau. Por um lado, jovens artistas gráficos de Londres e São Francisco utilizaram o traço característico de Mucha, para refletir a cultura emergente do rock psicodélico em cartazes. Por outro lado, na Ásia, a cultura do mangá também revela uma apropriação do estilo Mucha.
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Do Japão, destaque para Nanase Ohkawa, Mokona, Tsubaki Nekoi e Satsuki Igarashi, fundadoras do grupo Clamp e autoras de títulos conhecidos mundialmente, como Cardcaptor Sakura e as Guerreiras Mágicas de Rayearth.
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Por conta da pandemia e das regras sanitárias, o acesso à exposição é limitado e exige agendamento prévio pelo site Eventim. A entrada é gratuita.
Alphonse Mucha: O Legado da Art Nouveau. CCBB. Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Abertura: 18 de novembro. Todos os dias, exceto terças, 9h/17h. Grátis. Até 28 de fevereiro