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Médica da PM coordena programa de ioga para presos e militares

“A ideia é que todos entrem em contato com o lado humano que existe dentro de cada um", conta Cristiane Paixão

Por Heloiza Gomes
Atualizado em 24 jun 2017, 09h02 - Publicado em 24 jun 2017, 09h02
Cristaiane Paixao, uma Carioca Nota 10 (Eduardo Almeida/Reprodução)
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Em 2013, a médica da Polícia Militar Cristiane Paixão resolveu fazer um curso na instituição humanitária Arte de Viver para reduzir o stress. Encantou-se tanto pelos projetos sociais da entidade, fundada pelo indiano Sri Sri Ravi Shankar, que, dois anos depois, se tornou voluntária. Desde então, ela coordena o programa Prision Smart, que tem por objetivo contribuir para transformar a vida de pessoas que estão presas ou trabalham no sistema carcerário. “A ideia é que todos entrem em contato com o lado humano que existe dentro de cada um e, assim, sejam sensíveis ao outro, tenham a sensação de pertencer a algo maior e se vejam como parte da sociedade”, explica a médica, especializada em pediatria e psiquiatria. Para cumprir a missão, um grupo de instrutores voluntários leva às penitenciárias, gratuitamente, o curso de sudarshan kriya, uma técnica avançada de respiração, desenvolvida pelo líder indiano, que equilibra o corpo, a mente e as emoções.

Presente em cinquenta países, o projeto, criado em 1992, foi implantado no Brasil dez anos depois. No Rio, já passou pelo Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase) e pelas penitenciárias Talavera Bruce e Evaristo de Moraes. “Atualmente, o curso está sendo ministrado na Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, mas em breve voltaremos aos presídios comuns”, adianta a professora, que, em um ano e meio, esteve à frente de seis cursos dados a 130 militares presos e, no momento, busca parcerias para expandir o projeto. Além de se familiarizarem com a técnica de respiração, as turmas aprendem um pouco de ioga e meditação. São cinco dias consecutivos de aulas, cada uma com três horas de duração. “A redução do stress é imediata e faz com que o detento lide de outra forma com o fato de estar preso”, explica Cristiane, que acredita no programa como um modo de preparação para a ressocialização desses indivíduos. Mais do que isso, a médica crê que esse trabalho fez com que ela enxergasse a vida de forma diferente. “As coisas vão fazendo sentido e temos a sensação de que tudo está valendo a pena.”

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