Continua após publicidade

Onde comer acarajé, o mais novo patrimônio histórico e cultural do Rio

Presente na paisagem carioca desde o período da escravidão, o bolinho de feijão-fradinho frito no dendê pode ser encontrado da Zona Sul à Zona Norte

Por Kamille Viola
Atualizado em 27 out 2023, 18h49 - Publicado em 27 out 2023, 14h28
Sabores de Gabriela: o acarajé é um dos destaques do cardápio (Berg Silva/Divulgação)
Continua após publicidade

Embora a receita seja baiana, o acarajé está presente há muito tempo na paisagem do Rio, tendo grande importância, sobretudo para a população negra local. No período da escravidão, as baianas que vendiam o bolinho e outras delícias de sua terra pelas ruas da cidade utilizavam o lucro obtido para comprar sua alforria e as de outros companheiros escravizados.

Pois agora o bolinho de feijão-fradinho, cebola e sal, frito no óleo de dendê, finalmente teve sua importância  para o Rio conhecida: esta semana, a receita se tornou patrimônio de valor histórico e cultural do estado, por meio da Lei 10.157/23.

+ É ouro! Rafa Gomes fatura como chef do ano no Comer & Beber

Em iorubá, “àkàrà” significa “bola de fogo”, o que se refere ao modo de preparo (é só pensar nos bolinhos imersos no dendê quente) e “je” significa “comer”. Ou seja: “comer bola de fogo”. Comida sagrada do candomblé, ele é oferecido os orixás Xangô e Iansã, entre outras figuras importantes da religião. Mas muita gente não adepta dessa fé já foi seduzida pelo aroma perfumado da receita, que pode ser encontrada em diversos cantos do Rio.

Continua após a publicidade

O Acarajé da Naná, disponível aos sábados, das 9h às 17h, na Cobal do Humaitá (Rua Voluntários da Pátria, 446), segue a tradição. Ele é feito e vendido há 22 anos no local pela baiana Naise Gomes, a Naná, e seus ajudantes, todos vestidos a caráter, de branco, em uma banca com diversas delícias da terra da cozinheira. O acarajé pode vir na versão grande, por R$ 20,00, ou míni, com dez unidades e os recheios servidos separadamente, por R$ 70,00.

Compartilhe essa matéria via:
Foto mostra acarajé
Casa Omolokum: espaço apresenta o clássico acarajé com vatapá (./Divulgação)
Continua após a publicidade

Aberto há cinco anos, o Afro Gourmet (Rua Barão do Bom Retiro, 2316, Grajaú) é resultado das viagens da chef e sócia Dandara Batista, que foi a alguns países do Continente Mãe conhecer de perto a gastronomia local. O resultado é um cardápio que combina cozinha ancestral africana com toques brasileiros. Por lá, a porção de miniacarajés (R$ 20,00, com dois) chega à mesa com vatapá, caruru e camarão.

Localizada desde 2017 na Pequena África, onde as primeiras baianas de acarajé fizeram história, a Casa Omolokum (Rua Tia Ciata, 51, Saúde), comandada pela chef Leila Leão, é dedicada à comida de terreiro, com um orixá homenageado a cada semana. O acarajé, recheado de vatapá, caruru, camarão e saladinha de tomate, sai por R$ 25,00 a unidade). O restaurante abre às 13h para almoço, mas os bolinhos só são vendidos a partir das 15h, de sexta a domingo.

+ Martin Vidal é o restaurateur do ano no Comer & Beber Leia

Continua após a publicidade

Baiana de Canavieiras, há mais de trinta anos radicada no Rio, a chef Isis Rangel, que ficou famosa à frente do saudoso Siri Mole, pilota desde 2018 o Sabores de Gabriela (Rua Maria Angélica, 197, Jardim Botânico), que reverencia a comida de sua terra. Um dos carros-chefes da casa é justamente o acarajé, que vem com camarão, vatapá, caruru e saladinha, na versão individual (R$ 33,00), ou míni (R$ 66,00, a porção com quatro).

acarajes da yaya
Yayá Comidaria: os acarajés são servidos para o cliente montar na mesa (Yaya/Divulgação)

Filha de Oyá (ou Iansã), a chef Andressa Cabral leva para o cardápio do Yayá Comidaria Pop Brasileira (Rua Gustavo Sampaio, 361, Leme), do qual é sócia, o resultado do encontro entre sua vivência pessoal e sua pesquisa sobre a herança africana na gastronomia brasileira. E é claro que o acarajé, comida de Iansã, não poderia ficar de fora.

Continua após a publicidade

No Yayá, aberto em 2021, ele está presente na versão míni, na porção com seis unidades do bolinho (R$ 49,00), servidas com vatapá, caruru, camarões defumados e saladinha; ou na Patota de Cosme (R$ 29,00), inspirada na comida dos erês e nas festas de Ibeji, em que o miniacarajé vem com vatapá, caruru, omolokum (receita à base de feijão-fradinho) e acaçá (à base de milho branco).

BAIXE O APP COMER & BEBER E ESCOLHA UM ESTABELECIMENTO:

IOS: https://abr.ai/comerebeber-ios

Continua após a publicidade

ANDROID: https://abr.ai/comerebeber-android

+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe mensalmente Veja Rio* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de Rio de Janeiro

a partir de 39,96/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.