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Gilberto Ururahy

Por Gilberto Ururahy, médico Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Especialista em medicina preventiva
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Como dormir bem em tempos de pandemia

Pesquisa aponta que mais de 50% dos brasileiros passaram a dormir pior desde o início da quarentena

Por Gilberto Ururahy
Atualizado em 22 mar 2021, 11h45 - Publicado em 22 mar 2021, 10h38
Homem com insônia deitado na cama.
De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), 34% das pessoas em todo o mundo estão padecendo com insônia. (Evanto Elements/Reprodução)
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Segundo pesquisa recém-divulgada pelo Instituto do Sono, 55,1% dos brasileiros confirmam que a qualidade do sono caiu desde o início da pandemia. Motivos não faltam para os brasileiros passarem as noites em claro: desemprego, instabilidade econômica, uso excessivo de telas e falta de exercícios físicos fizeram com que as pessoas dormissem menos e tivessem um sono pior, pouco regenerador para enfrentar o dia seguinte. Face à mudança abrupta que vivemos, como o isolamento e o medo de contrair o vírus, nosso corpo responde com a produção grande de adrenalina. Este hormônio do estresse é um potente estimulante que conduz o indivíduo à insônia.

Cerca de 35% dos indivíduos que recebemos nas clínicas da MedRio convivem com importantes alterações do sono, quase o dobro se compararmos com as estatísticas de 2019. O fenômeno não se limita apenas ao Brasil. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), 34% das pessoas em todo o mundo estão padecendo com insônia.

 Noites mal dormidas acarretam consequências danosas, como queda na produtividade, comprometimento do desempenho intelectual, intensificam o mau humor e aumentam os atritos interpessoais. Em casos mais graves, podem causar distúrbios cardiovasculares, com aumento considerável de risco de AVC, de infarto e de diabetes, em decorrência da resistência à insulina.

 A pesquisa do Instituo do Sono traz ainda outro alerta perigoso: o crescimento vertiginoso do consumo de remédios para dormir. Houve um aumento de 85% no número de brasileiros que confirmaram fazer uso de medicamentos que induzem o sono ao menos uma vez por semana.

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 Algumas dicas que podem ajudar a ter uma noite de sono reparadora são evitar o consumo de bebidas alcoólicas, cafés e estimulantes à noite; criar uma rotina de horários para se deitar e acordar; preparar um ambiente agradável para dormir, ficando atento à luminosidade, temperatura e barulhos. Outros gatilhos que devem ser evitados são cigarro, alimentação poucas horas antes de se deitar e uso de aparelhos eletrônicos na cama.

Por mais difícil que possa parecer, é preciso evitar pensamentos em problemas e a tentação de organizar o dia seguinte mentalmente. O sono é a hora em que o cérebro deve estar se preparando para repousar. Há vários aplicativos disponíveis que podem ajudar nesse processo de relaxamento. A prática de exercício físico durante o dia também é um poderoso aliado para que o sono se apresente de forma orgânica à noite.

 Nos check-ups médicos modernos é fundamental oferecer ao cliente uma avaliação e orientação sobre o seu sono. Parte integrante do tripé para a manutenção da saúde com qualidade, juntamente com a alimentação equilibrada e atividade física regular, o sono sem roncos, repousante e natural ( não induzido por medicamentos), reduz a possibilidade de a pessoa desenvolver doenças crônicas (como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e até mesmo o câncer) e fortalece o sistema imunológico. 

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Dormir bem é um dos segredos de ter mais saúde e qualidade de vida. E saúde é prevenção!

 Gilberto Ururahy é médico há 40 anos, com longa atuação em Medicina Preventiva. Em 1990, criou a Med Rio Check Up, líder brasileira em check up médico. É detentor da Medalha da Academia Nacional de Medicina da França e autor de três livros: “Como se tornar um bom estressado” (Editora Salamandra), “O cérebro emocional” (Editora Rocco) e “Emoções e saúde” (Editora Rocco).

 

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